Encontro de  Conselho Político reúne líderes partidários no Congresso com o  Presidente da República. A reunião trata de assuntos de interesse do  Governo Federal no Congresso. É realizada a portas fechadas, em uma  sala de audiência no terceiro andar do Palácio do Planalto, onde fica o  gabinete da Presidência.O sistema de som da sala estava aberto e o  conteúdo da reunião vazou na sala de imprensa. Como sempre, Vaccarezza  tramava não votar a nossa PEC 300. Comentou-se também sobre um risco  muito grave de uma paralisação nacional de policiais e bombeiros se a  PEC 300 não for aprovada. Assista:
Confira os principais trechos da gravação da reunião da cúpula do governo.
Na pauta da cúpula do governo: salário mínimo, pré-sal, reajuste do Judiciário, PEC 300 (que estabelece o piso salarial dos policiais e bombeiros), greve nacional da polícia, regulamentação dos Bingos.
O encontro foi comandado pelo ministro das Relações Institucionais,  Alexandre Padilha. Até a descoberta do vazamento do áudio, nem o  presidente Lula, nem Dilma estavam presentes.
Ministro do Planejamento, Paulo Bernardo
A nossa preocupação é discutir muito criteriosamente e tanto quanto possível não aprovar projeto que impliquem aumento de gastos.
Tem umas coisas colocadas lá [na pauta do Congresso Nacional] como  reajustes salariais. Acho que isso tudo a rigor deve ficar para ano que  vem. Seria muito mais razoável.
Tem umas coisas como a PEC 300 que tem uma movimentação grande dos policiais e que tem simpatia na Casa.
Fizemos hoje um novo levantamento com o ministério da Justiça. Se fosse [aprovada] aredação original da PEC, significaria 43 bilhões e meio de impacto orçamentário por ano.
Mas  como a idéia é fazer uma repartição onde a União pagaria um pedaço e os  estados outra, com certeza os estados ficariam com uma conta na ordem  de R$25 milhões por ano.
Acho que estamos jogando o problema para frente… Sei que é sempre  desagradável colocar essas cosias aqui, mas o Padilha colocou a bola  aqui e eu como bom beque dei um bico para o lado do Paulinho [líder do  PDT e presidente da Força]…
Acho que nós precisamos ter um carinho muito grande porque do  contrário vamos gerar não só para a presidente que vai tomar posse, mas  todos os governadores que não têm condições de arcar com isso.
Paulo Bernardo em outro momento respondendo ao deputado Walter Pinheiro (PT-BA) sobre o reajuste do Judiciário
Nós colocamos uma previsão de aumento de 5%. Agora se o Congresso mudar, isso vai ter que adaptar no Orçamento.
É  uma previsão de aumento de 5% no teto deles que vai haver uma  repercussão em toda a magistratura. É isso, não temos uma negociação  feita.
O projeto do Judiciário [encaminhado ao Congresso e  que prevê  reajuste médio de 56% para cem mil funcionários] tem um impacto de 7  bilhões.
Nós levantamos uma série de dúvidas porque tem um número grande de servidores no Judiciário que ganha acima do teto do ministro.
Então como vai dar reajuste se o cara ganha mais que o teto?
Líder do governo no Congresso, Ideli Salvatti (PT-SC)
Gostaria de pedir um esforço muito grande de todos os líderes, que é a questão da aprovação das contas do governo.
Nós temos uma conta da época do Fernando Henrique pendente e todas as  contas do primeiro e segundo mandato do presidente Lula pendentes.
Contas que já estão na pauta do Senado e da Câmara e que tem pendência na CMO [Comissão Mista de Orçamento]…
A aprovação definitiva tem que passar nas duas Casas.
Líder do governo no Senado, Romero Juca (PMDB-RR)
Tenho  um assunto que está aberto sobre o pré-sal que é a definição do novo  modelo de royalties. Sou relator dessa matéria. É importante dizer que  precisamos construir um modelo novo de proposta de royalties e vamos que  ter informalmente ou via Câmara.
Padilha gostaria até que na hora que tivesse isso pronto trouxesse  para o conselho político porque como já veio da Câmara nós vamos ter que  mexer no Senado e voltar para Câmara.
Na verdade é a forma que  temos de ajustar o texto para que a Câmara tenha a sua opinião e  conseguimos fechar um texto que faça justiça com o Rio de Janeiro e  Espírito Santos. Mas dê condições que todos os estados possam receber  royalties.
Líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP)
Nós  estamos tendo um cuidado grande na Câmara diante das expectativas para o  segundo semestre do ano que vem, no inicio do novo governo.
Com a situação internacional não muito clara devido o problema do  câmbio, da disputa do EUA com a China, tem uma preocupação na Câmara  para que não seja aprovado nenhum proposta que implique aumentar  significativamente os gastos para ano que vem e crie dificuldades para o  governo da Dilma.
A PEC 300 é um exemplo. O ideal seria a presidente Dilma e os governadores eleitos dialogarem para ver como resolve o problema da PEC 300 e não aprová-la de saída.
Relator do Orçamento de 2011, senador Gim Argello (PTB-DF)
Tem margem para aumentar um pouquinho o salário mínimo? Tem margem  para aumentar um pouquinho! Agora, é o correto? Porque se aumentar para  R$ 560, R$ 570 no repique do ano que vem vai bater perto de R$ 700. É o  certo isso? Acho que é.
Sou PTB sou defensor do salário mínimo, mas o problema todo é que tem  várias prefeituras que não dão conta de pagar. E tem o problema  principal que é da Previdência.
Essa equação quem tem que sentar e resolver é o ministro da Previdência e ele me pediu para ficar nos R$ 540.
Deputado Paulinho da Força (PDT-SP)
Gostaria  de dizer que o Vaccarezza tem feito esse papel muito bem de dizer para  esquecer da PEC 300. Mas é o seguinte … a polícia de São Paulo ganha R$  1400 e mais um ticket de refeição de R$ 4, que não dá para comprar uma  coxinha e um guaraná.
Então nós precisamos encontrar uma solução para a PEC 300. Não é simplesmente enrolar o pessoal.
Eles estão organizando uma paralisação logo no início do governo Dilma, nacional, ou seja, não é pequena… precisamos encontrar uma solução…
Então nós precisamos encontrar uma solução para a PEC 300. Não é simplesmente enrolar o pessoal.
Eles estão organizando uma paralisação logo no início do governo Dilma, nacional, ou seja, não é pequena… precisamos encontrar uma solução…
Fizemos uma sugestão ao Vaccarezza que tem um projeto na Câmara  antigo que é a questão dos bingos. O governo fala tanto em dinheiro.
Os  bingos dão R$ 7bilhões de imposto por ano para o governo. Tem todo  sistema de controle para isso. A gente vê uma resistência por parte do  governo em aprovar o bingo, é uma fonte de recurso que poderia ter ai.
Líder do PR na Câmara, Sandro Mabel (GO)
Acho  que nós precisamos ter dinheiro de investimento também. Eu  particularmente toda vez que aumentar o salário mínimo sou beneficiado.  Apesar de pagar um pouco a mais, o pessoal come mais biscoito. Então é  bom.
Sempre sou a favor de subir o salário mínimo. Mas o salário mínimo  tem que ter sempre uma dosagem porque se não vamos tirando a capacidade  de poupança, vamos criando mais economia e não vamos ter infraestrutura  para que esse pessoal que é cada vez mais exigente.
Sobre a PEC 300, não tinha noção do impacto. R$ 43 bilhões! É um impacto muito grande quase inadmissível, uma CPMF cheinha…
Acho  que podemos dar um presente para a saúde com essa questão do bingo. Nós  podemos pegar essa receita colocá-la inteirinha destinada à saúde.
Já dávamos uma acertada na Saúde, são R$ 7 bilhões, sem carga  tributária extra, porque essa história de você aumentar a carga  tributária está cada vez mais complicada.
Postado por Capitão Assumção Deputado Federal

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