Nunca foi esperado pelo governador Simão Jatene que o plebiscito vingasse, e que logo no início de seu segundo mandato ele fosse ter que passar por uma ingrisilha dessas sobre a divisão do Pará.
Sabemos que a articulação em Brasília, que mexeu com a turma do alto clero – ACM Neto (DEM), senador Blairo Maggi (PR), ex-deputado federal Paulo Rocha (PT) – e do baixo clero – Lira Maia (DEM) e Giovanni Queiroz (PDT) – acabou aprovando, primeiro na Câmara, depois no Senado, o nosso tão esperado plebiscito.
É justamente isso que tem deixado Jatene com insônia, apesar de ele ter mantido sua palavra: “Sou a favor da democracia, que o povo seja ouvido”. Tudo certo, mas as circunstâncias da criação do Tapajós e Carajás estão tomando outro rumo, um caminho perigoso e incerto – para ele, claro.
É o seguinte: a parte do Tapajós que quer o novo estado mais a parte do Carajás que também sonha com a emancipação está confiante que tudo vai dar certo, e que plebiscito lhes vai ser favorável. Os emancipacionistas somam quase metade dos votos no Pará.
Já Belém e seu entorno está dividida. Os que são totalmente contra a criação dos 2 novos estados estão cobrando do governador paraense mais empenho, para que ele evite a tal separação. Aí é que a coisa começa a complicar para o lado de Jatene, empurrando-o pra boca do leão.
Jatene tem ficado quieto. Evita demonstrar ser favorável ou contrário à criação de Tapajós e Carajás, mas o que acontece de fato é que se o ‘SIM’ vencer, ele vai comprar uma briga feia com os belenenses. Se, ao contrário, o “NÃO” ganhar, oeste e o sul do Pará vão declarar guerra ao tucano.
Ou seja, Jatene tá num beco sem saída.
Por Nelson Vinencci
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