Reajuste de policiais voltará a ser debatido na Câmara em março
Comissão tentará desatar nó em torno do piso nacional da categoria, que pode gerar despesa de R$ 43 bilhões.
Engavetada desde o ano passado na  Câmara, a Proposta de Emenda Constitucional que cria um piso nacional  para os salários de policiais militares e bombeiros (PEC-300/08) deverá  voltar aos corredores do Legislativo em março, com a criação de uma  comissão especial anunciada pelo presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS),  e que prevê a participação de governadores.
"Já está definida, vai acontecer",  afirma o dep***do Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), autor da proposta. Ele  se diz convencido de que a utilização de um fundo com repasses da União é  a melhor alternativa para a PEC ter apoio dos governadores. Mas  ressalta que "temos que começar toda a negociação novamente, teremos que  trabalhar", falando sobre como deverão se dar as discussões em um  Congresso agora renovado.
A PEC-300 é cercada de polêmica devido  aos custos que um reajuste geral pode causar aos cofres federal e  estaduais. Estima-se que ela teria um impacto nas contas total de R$ 43  bilhões O piso imaginado pelo projeto era vinculado à remuneração dos  militares do Distrito Federal - R$ 4 mil para cabos e R$ 9 mil para  tenentes -, a mais alta do país.  
A ideia da criação de um fundo de  recursos federais veio a partir da pouca capacidade alguns governos  estaduais arcar com esses custos. A Secretaria de Segurança Pública do  governo de São P**lo gastou, em 2010, R$ 3,2 bilhões com remunerações de  militares.
O piso no estado, atualmente, é de R$  2,2 mil. Já no Rio de Janeiro, se vê um dos pisos mais baixos do país,  de R$ 950, enquanto em Sergipe um militar aspirante ganha, em média, R$  3,1 mil.
Interferência zero
Faria de Sá alega, no entanto, que os  custo da PEC não interferirão no corte de R$ 50 bilhões do Orçamento  anunciado pelo governo, sendo descontados apenas nas contas da União em  2012. Após alterações, o atual texto da proposta não cita valores para o  piso, nem o modo de aplicação do Fundo, o que serão definidos por  Projeto de Lei do governo até 180 dias depois de aprovação pelos  senadores.
Para o presidente da Associação de  Defesa dos Policiais Militares do Estado de São P**lo (Adepom), coronel  Luiz Carlos Nogueira, hoje a PEC 300 está "completamente alterada da  original", e para pior. "Não traz mais vantagens para a polícia".
A PEC já foi aprovada na Câmara em  primeiro turno, em 2010, com apoio dos 349 dep***dos presentes na  votação, mas desde então segue parada na pauta.
"O governo impôs uma série de mudanças  ao texto, e sua pressão é muito forte contra o debate", diz o  presidente da Associação dos Oficiais Militares Estaduais do Brasil  (Amebrasil), coronel Abelmidio de Sá Ribas.
Segundo  ele, as alterações no texto e no governo tornam o futuro da PEC "uma  incógnita". Ribas acha que um acerto entre militares e governos  estaduais é improvável. "É obvio que eles vão resistir à aprovação."
 
 
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