| 1998 | 2008 | ||
UF | TAXA | POSIÇÃO | TAXA | POSIÇÃO |
ALAGOAS | 21,8 | 11º | 60,3 | 1º |
ESPÍRITO SANTO | 58,4 | 2º | 56,4 | 2º |
PERNAMBUCO | 58,9 | 1º | 50,7 | 3º |
PARÁ | 13,3 | 19º | 39,2 | 4º |
AMAPÁ | 38,7 | 6º | 34,4 | 5º |
(Fonte: Ministério da Justiça)
O Mapa da Violência 2011, relatório divulgado ontem (24), pelo Ministério da Justiça, revela que o Pará ocupa o quarto lugar no ranking dos estados mais violentos do país. Com relação ao crescimento do número de homicídios, o Estado desponta em terceiro lugar, com 273% de aumento em 10 anos avaliados nos dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde.
Na análise das Regiões Metropolitanas, os números mostram crescimento nas taxas de homicídios em sete de 10 capitais analisadas. Destas, existem casos de crescimento extremo onde a violência se apresenta de forma muito expressiva nos anos finais da década passada como em Belém e em Curitiba, que evidenciam índices preocupantes de crescimento, quase triplicando os números da violência na década.
O aumento do número de homicídios na Região Metropolitana de Belém foi de 189,3% em 10 anos, colocando Belém como a terceira região metropolitana onde a a violência mais cresceu, atrás apenas de Salvador e Curitiba. Em contraposição a esse crescimento da região metropolitana de Belém, a de São Paulo evidencia fortes e expressivas quedas, seguida também pela do Rio de Janeiro, mas com menor intensidade.
Uma das conclusões da pesquisa é de que a violência é a principal causa de morte entre a população jovem (de 15 a 24 anos). As mortes violentas representam 62,8% das causas de mortes entre os jovens em todo o país. Os homicídios são responsáveis por 39,7% do total de mortes, mais que os acidentes de trânsito (19,3%) e os suicídios (3,9%).
Em todo o Brasil, entre a população jovem, 26,4% das mortes têm causas naturais, enquanto 73,6% são motivadas por causas externas. Entre os não jovens, a proporção é de 90,1% e 9,9%, respectivamente. Entre 1998 e 2008, a taxa de homicídio na população de 15 a 24 anos saltou de 47,7 para 52,9 em 100 mil habitantes (aumento de 10,9%). No mesmo período, a taxa de homicídio na população total (jovem e não jovem) passou de 25,9 para 26,4, um aumento de 1,9%.
“O extermínio da juventude brasileira é o que explica basicamente o incremento que houve nos últimos anos nos homicídios”, comentou o diretor de pesquisa do Instituto Sangari, Julio Jacobo Waiselfisz, que realizou o levantamento.
Itupiranga lidera homicídios no país
O Mapa da Violência mostrou que entre os anos de 1998 e 2008, o número total de homicídios no Brasil registrados pelo Sistema de Informação sobre Mortalidade passou de 41.950 para 50.113, o que representa um incremento de 17,8%, levemente superior ao incremento populacional do período que, segundo estimativas oficiais, foi de 17,2%.
Na década estudada todas as regiões, com exceção do Sudeste, tiveram crescimento nos índices de homicídio. E em todas elas, o ritmo de crescimento foi significativamente elevado. Neste sentido, destacam-se as regiões Norte e Nordeste, onde vários Estados - Pará, Alagoas, Maranhão, Bahia, Rio Grande do Norte e Sergipe - quadruplicaram, ou quase, seu número de homicídios na década analisada.
A região Norte apresentou 108,1% de aumento, sendo que o Pará apresentou 273% de crescimento em seus quantitativos. Merece também destaque o Maranhão, que a partir de números bem modestos em 1998, apresenta um crescimento de 367% no período de 10 anos.
Um triste dado para o Pará é o destaque de Itupiranga no topo das cidades com o maior número de homicídios por habitantes no Brasil. Com uma população de pouco mais de 42 mil habitantes (dados de 2008), o município tem uma taxa de 160,6 homicídios em cada 100 mil habitantes.
No país, há um número reduzido de municípios que ultrapassa a casa dos 100 homicídios em cada 100 mil habitantes, fato sem comparação no contexto internacional. Entre eles estão outras duas cidades paraenses: Marabá e Goianésia do Pará. Esses municípios mais que quadruplicam a já elevada média nacional de 26,4 homicídios em 100 mil habitantes.
Mas, se esses índices já são muito elevados, os crimes juvenis conseguem superá-los largamente. Dois municípios, entre os quais uma capital, Maceió, rondam os 250 homicídios juvenis para cada 100 mil jovens. E Marabá se destaca mais uma vez, com 221 homicídios juvenis para cada 100 mil jovens.
Ananindeua é também uma cidade violenta para a juventude: 199 homicídios para cada 100 mil, assim como Tailândia, com 147 mil mortes. No Brasil, em 2008, foram contabilizados homicídios de jovens em 1.894 municípios, ou seja, em um terço dos municípios do país.(Diário do Pará)
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