Durante a semana o telejornal "Jornal Nacional", da rede Globo, realizou o que se denominou "Blitz da Educação", durante a qual um jornalista e o especialista em educação Gustavo Ioschipe visitaram cinco cidades, uma em cada região do país e avaliaram a melhor e a pior escola, segundo o índice do IDEB.
A última das cidades visitadas foi a nossa capital, e para a realidade encontrada em Belém o especialista cunhou a seguinte observação: “
Um novo verbo: grevar. Em Belém tem tanta greve que a aula começa em abril e, em maio, já tem outra paralisação e os alunos não são nem avisados. A gente vê que a escola sofre violência, mas a escola também comete violência e torna o seu aluno vítima”.
Para o especialista, o grande culpado pela educação é a escola.
Do outro lado, a professora Amanda Gurgel, em pronunciamento feito na Assembleia Legislativado Estado do Rio Grande do Norte, durante uma audiência pública sobre os problemas da Educação no Estado,mostrou a realidade nua e crua da educação no país.
Em seu discurso, e falando de improviso, a professora fez uma denúncia e exibiu para todos o contra-cheque de 930 reais de salário mensal. E falou para os depudados potiguares: “Com esse salário, os senhores não conseguiriam nem pagar a indumentária que usam para estar aqui”. e continuou: “Eu sou realmente uma professora que pega três ônibus todos os dias para ir ao trabalho e não acho isso bonito. Eu não acho isso interessante. Eu acho que essa é uma situação de opressão.”
O interessante entre os dois fatos é que o especialista que a Rede Globo levou no projeto Bliz da Educação não estudou em escola pública, nunca foi professor de escola pública, nem teve que viver com o salário de professor público do ensino médio ou fundamental, e ainda, não tem formação em educação e se limita a dizer o óbvio "os alunos tem que se esforçar", "a escola tem que ter condições de motivar os alunos", "os pais são importantes" etc...
Já a nossa professorinha, com toda a grandeza e importância da sua função, provalvelmente conhece a realidade diárias do ensino público brasileiro, tem uma carga de trabalho escravizante, excesso de alunos para garantir um salário pequeno e ainda conta trocados no final do mês.
Com a segurança pública acontece o mesmo, vários "especialistas" em segurança se arvoram a falar o óbvio, especialista que nunca pertenceram aos quadros das instituições que formam a segurança pública, grande teóricos sem nenhuma prática.
Nosso Estado vai ganhar os primeiros cientistas em segurança pública com o final de um mestrado voltado ao assunto feito pela Universidade Federal do Pará. Pena que só serão cinco.