A Médica Mônica Reis ficou surpresa que repercutiu pouco na mídia uma pesquisa feita pela Fiocruz sobre a saúde dos policiais. Foi pesquisar mais sobre o assunto e voltou com um texto no qual questiona como é possível nos preocuparmos com segurança pública e muitas vezes não estarmos nem aí para os principais atores desse sistema. Faz todo sentido. De fato uma boa parcela da mídia não tem manifestado muito interesse sobre a vida dos agentes de segurança, mas de modo geral tem sido essa a postura com relação aos trabalhadores de um modo geral. Como sabemos, o capital tem vencido todas as quedas-de-braç o com o trabalho. Mas chega de blá blá blá e vamos ao artigo da Mônica que, com certeza, vai interagir com os leitores na caixa de comentários.
Entre aí embaixo e dê também sua opinião. Fala Mônica: "Alguma vez você já perguntou sobre as reais condições de trabalho e saúde dos Policiais Militares do BRASIL? Não? Mas o Claves (Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde) perguntou e as respostas estão no livro “Missão Servir e Proteger: condições de vida, trabalho e saúde dos policiais militares”. Lançado no dia 9 de dezembro de 2008, com “orelha” escrita pelo Coronel Mário Sérgio (ex-comandante da Academia da PM e ex-comandante do Bope, entre outros cargos importantes em seu currículo), teve origem em importante pesquisa realizada entre os anos de 2005 a 2007 com 1.120 policiais militares (46% dos ouvidos são soldados; 16%, cabos, e os outros 38% oficiais e suboficiais) que responderam, sem necessidade de se identificar, um questionário de 107 itens, divididos em blocos sobre qualidade de vida, condições sócio-econômicas, de saúde e trabalho. Aqueles que dizem se importar com a segurança pública de nosso País e sobretudo, os responsáveis por estes trabalhadores, não podem ignorar algumas conclusões preocupantes obtidas nesta pesquisa: mais de 50% dos policiais dormem mal; 35% se queixam de cansaço constante; aproximadamente 16% têm tremores nas mãos; 48% sentem-se nervosos, tensos ou agitados e 5% admitem pensar em suicídio. Mais de 60% estão acima do peso por falta de exercícios físicos e alimentação inadequada. O relato de uso frequente de bebida alcoólica é superior a 40%; já 13,9% dos oficiais e 8,5% dos praças entrevistados relatam uso de tranqüilizantes. O aspecto do trabalho policial para o qual atribuíram a menor nota foi para os salários recebidos, e para complementar a renda, 51% dos oficiais e 61% dos cabos e soldados relataram ter outra atividade, sendo que a maioria se emprega na segurança particular.
Essas atividades extras de complementação de renda consomem o tempo que poderia ser utilizado para o sono, convívio familiar e lazer. 90% avaliam como insuficiente a formação que tiveram e disseram não terem recebido outro curso desde a entrada na polícia. Apenas 38% dos praças afirmam receber ordens claras sobre como proceder na rua e em 72% das respostas, admitem que precisam burlar ordens para conseguir concretizar suas tarefas (lembram do policial do filme “Tropa de Elite” que trabalhava numa oficina?). No entanto, cerca de 60% dos cabos e soldados escolheriam novamente a PM se suas condições fossem melhores. Os números apurados nesta pesquisa são mais graves do que os 8% de policiais afastados do trabalho citados em recente entrevista ao jornalista Jorge Antônio Barros pelo secretário Beltrame. São mais graves porque contribuem para que os policiais possam cometer erros, alguns fatais, ao atuarem nestas condições de trabalho, de sofrimento físico e psicológico.
Quem são os responsáveis por estas condições? Quando um policial com formação deficiente e em condição de estresse, segundo dados da pesquisa, comete um erro, o estado pode se eximir à responsabilidade? A sociedade pode ignorar todo o processo social e político no qual estes policiais estão inseridos e apenas cobrar que atuem de forma exemplar? Estes agravos à saúde devem ser encarados como doenças relacionadas ao trabalho e como todos os outros trabalhadores, estes policiais tem direito de exercerem suas funções de forma saudável e em condições adequadas. Não posso encerrar sem lembrar as palavras do Coronel Mário Sérgio: “(...) NÃO HÁ NADA NA OBRA QUE DESMEREÇA A PM E SEUS INTEGRANTES, OU SEJA, NÓS MESMOS! Ela só nos revela nossa humanitude”. Fontes consultadas: Blog Segurança Pública – Idéias e Ações. Revista adis -Fiocruz"Jornal "O Estado de São Paulo"
Entre aí embaixo e dê também sua opinião. Fala Mônica: "Alguma vez você já perguntou sobre as reais condições de trabalho e saúde dos Policiais Militares do BRASIL? Não? Mas o Claves (Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde) perguntou e as respostas estão no livro “Missão Servir e Proteger: condições de vida, trabalho e saúde dos policiais militares”. Lançado no dia 9 de dezembro de 2008, com “orelha” escrita pelo Coronel Mário Sérgio (ex-comandante da Academia da PM e ex-comandante do Bope, entre outros cargos importantes em seu currículo), teve origem em importante pesquisa realizada entre os anos de 2005 a 2007 com 1.120 policiais militares (46% dos ouvidos são soldados; 16%, cabos, e os outros 38% oficiais e suboficiais) que responderam, sem necessidade de se identificar, um questionário de 107 itens, divididos em blocos sobre qualidade de vida, condições sócio-econômicas, de saúde e trabalho. Aqueles que dizem se importar com a segurança pública de nosso País e sobretudo, os responsáveis por estes trabalhadores, não podem ignorar algumas conclusões preocupantes obtidas nesta pesquisa: mais de 50% dos policiais dormem mal; 35% se queixam de cansaço constante; aproximadamente 16% têm tremores nas mãos; 48% sentem-se nervosos, tensos ou agitados e 5% admitem pensar em suicídio. Mais de 60% estão acima do peso por falta de exercícios físicos e alimentação inadequada. O relato de uso frequente de bebida alcoólica é superior a 40%; já 13,9% dos oficiais e 8,5% dos praças entrevistados relatam uso de tranqüilizantes. O aspecto do trabalho policial para o qual atribuíram a menor nota foi para os salários recebidos, e para complementar a renda, 51% dos oficiais e 61% dos cabos e soldados relataram ter outra atividade, sendo que a maioria se emprega na segurança particular.
Essas atividades extras de complementação de renda consomem o tempo que poderia ser utilizado para o sono, convívio familiar e lazer. 90% avaliam como insuficiente a formação que tiveram e disseram não terem recebido outro curso desde a entrada na polícia. Apenas 38% dos praças afirmam receber ordens claras sobre como proceder na rua e em 72% das respostas, admitem que precisam burlar ordens para conseguir concretizar suas tarefas (lembram do policial do filme “Tropa de Elite” que trabalhava numa oficina?). No entanto, cerca de 60% dos cabos e soldados escolheriam novamente a PM se suas condições fossem melhores. Os números apurados nesta pesquisa são mais graves do que os 8% de policiais afastados do trabalho citados em recente entrevista ao jornalista Jorge Antônio Barros pelo secretário Beltrame. São mais graves porque contribuem para que os policiais possam cometer erros, alguns fatais, ao atuarem nestas condições de trabalho, de sofrimento físico e psicológico.
Quem são os responsáveis por estas condições? Quando um policial com formação deficiente e em condição de estresse, segundo dados da pesquisa, comete um erro, o estado pode se eximir à responsabilidade? A sociedade pode ignorar todo o processo social e político no qual estes policiais estão inseridos e apenas cobrar que atuem de forma exemplar? Estes agravos à saúde devem ser encarados como doenças relacionadas ao trabalho e como todos os outros trabalhadores, estes policiais tem direito de exercerem suas funções de forma saudável e em condições adequadas. Não posso encerrar sem lembrar as palavras do Coronel Mário Sérgio: “(...) NÃO HÁ NADA NA OBRA QUE DESMEREÇA A PM E SEUS INTEGRANTES, OU SEJA, NÓS MESMOS! Ela só nos revela nossa humanitude”. Fontes consultadas: Blog Segurança Pública – Idéias e Ações. Revista adis -Fiocruz"Jornal "O Estado de São Paulo"